Palácio Belomonte, 15 de junho às 18h
> entrada pela Rua do Comércio nr. 173
Procuro por augúrios enquanto olho teimosamente as ruínas de uma comuna. Por exemplo:
“clima favorável aos errantes”. Caminho através dos tempos, gravando erraticamente
imagens e sons através da espacialidade caleidoscópica do Alentejo, uma região com nome
de rio, para além de um rio. Como caminhar oferece encontros inesperados e copresenças,
missivas são enviadas de e para as margens. Por exemplo: “cultivar órgãos para a
alternativa”. Os meus sentidos são parciais, precários e fragmentários, mas não a minha
orientação: trava-se uma luta quotidiana pelo fulgor e eu quero fazer parte dela. Contra um
firmamento de desapropriação de terras, corpos e laços sociais, estamos a preparar-nos.
Por exemplo: “De nível!” O fulgor é móvel, a comunidade prefigurada é dispersa e diversa.
Através de dissenso e associações de afinidade, autonomia e reencantamento, a oferenda
do cinema poderia permitir-nos florescer livres de imposições hierárquicas.
Filme em 16mm e texto de Sílvia das Fadas
Composições sonoras de pä (pä 2015/2018 volume um)
Duração: aproximadamente 40 min.