“O jardim é a menor parcela do mundo e é também a totalidade do mundo.”
Foucault
Uma conversa sobre terra constitui uma peça de diálogo permanente que recorre ao jardim, com os seus múltiplos níveis de significado e histórias, como ponto de partida para refletir sobre a angústia, a pertença e a relação com o mundo. Utilizando o solo como uma metáfora e noções sobre o enraizamento e o desenraizamento em diferentes condições de vida, o trabalho explora as áreas interligadas na migração humana e a forma como tratamos o ambiente e nos acolhemos a nós próprios em analogia com os ecossistemas ameaçados. A adaptação não é somente um processo crucial na reação e regeneração de ecossistemas em stress, mas é também uma questão de criar resiliência e convivência nas sociedades em tempos de um crescente populismo nos cenários políticos. Como fazemos do mundo a nossa casa?
Os retratos fazem parte destas conversas que tocam a ânsia e a pertença, a linguagem, as identidades, a migração e o (pós) colonialismo na experiência de todos os dias. Provenientes da pergunta inicial: quando descolonizamos a floresta? as frases são usadas como suspensões poéticas que questionam a nossa relação com a ecologia e a criação do mundo, transformando-se em banners de propaganda para exibição no Jardim.
Como resultado, o trabalho convida a diferentes tempos e gestos de intercâmbio de trabalhos artísticos durante a Bienal e, em conjunto, a despender dinheiro para plantar árvores em Portugal em colaboração com a organização regional Cabeço Santo - uma paisagem (imagem) que cresce como uma impressão duradoura e um impacto após a Bienal. Esta contribuição visa um enquadramento ativo e em expansão da fotografia de paisagens, respondendo às emergências ecológicas e aos incêndios florestais recorrentes, às ameaças das monoculturas de eucalipto num país já propenso aos impactos do aquecimento global.
https://www.constanzeflamme.de/
INTERVENÇÃO NO LOCAL:
Como parte do trabalho, será feita uma intervenção no local e um convite ao público do Porto, sendo oferecidas sessões de retrato nos jardins do Palácio de Cristal. Vai poder ser retratado no seu local favorito dos jardins e juntar-se às vozes locais sobre o que deseja semear e cuidar - tanto botânica como socialmente.
17 MAIO > 16h às 19h
18 MAIO > 12h às 15h
19 MAIO > 16h às 19h
21 JUNHO > 16h às 19h
22 JUNHO > 16h às 19h