how curious how real é uma taxinomia das ideias inscritas nas nossas formas humanas e atuais de ver, conhecer, fazer e, em última análise, da nossa própria Biosfera.
A instalação integra os códigos visuais dominantes do “Natural”, como as paisagens romantizadas da ilha, do deserto, da montanha, ou das entidades singulares plenas de poder simbólico, como a palmeira, a concha, o vento, o sol... Esta imagem autorreflexiva deriva das narrativas glorificadas da Era dos Descobrimentos, da Ciência Moderna, da História Natural, da Mitologia Popular e da formação do Comércio Mundial e das Viagens. A questão de como esta relação do Ocidente com a Natureza moldou muitas histórias ilusórias, unidimensionais e fragmentadas que partilhamos é central neste trabalho.
As esculturas, os objetos e as fotografias estão instalados numa sucessão de locais dispersos nos jardins do Palácio de Cristal, à espera de serem encontrados. Em conjunto com a instalação central situada na Concha Acústica, moldam espaços negativos, criam inversões e formam as triangulações da criação dos nossos mapas e roteiros de viagem. A instalação é uma tentativa de traçar as narrativas e as construções concecionais essenciais que moldam a realidade que partilhamos - “humanité, tu es mon paysage“.