Iniciado em 2017, este projecto tem-se desenvolvido através da aproximação a um território agrícola e humano que, apesar de pequeno, apresenta uma enorme complexidade e heterogeneidade.
O perímetro agrícola de Tchon d’Holanda é um projecto do governo de Cabo Verde, com financiamento da Cooperação Holandesa.
A grande inovação desta iniciativa é a utilização de águas residuais tratadas para o regadio de plantas fruteiras e hortaliças. Pretendia-se, com a introdução desta tecnologia, fazer face às condições ambientais muito adversas que Cabo Verde apresenta, nomeadamente no que toca à disponibilidade de água pluvial. No entanto, o sub-dimensionamento das infraestruturas, a falta de meios e a falta de investimento, monitorização e acompanhamento a médio/longo prazo tem gerado uma situação de abandono, isolamento e deterioração das culturas, afectando os cerca de 90 agricultores que aqui subsistem de forma muito precária.
Os agricultores encontram-se reféns das sementes disponíveis comercialmente em Cabo Verde, importadas de vários países da Europa e pouca adaptadas ao clima local, com consequências graves ao nível do empobrecimento do património genético e cultural local e nacional.
Para além das dificuldades habituais da agricultura de subsistência praticada em Cabo Verde, este pequeno oásis é um exemplo das contradições típicas da cooperação internacional.
No limite está em causa o abandono e marginalização de um enorme capital humano e de um acervo de saberes e experiências acumuladas.
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